Votação tensa, clima carregado e olhos atentos à Câmara Municipal de Marabá. Nesta terça-feira, os vereadores aprovaram, por 12 votos favoráveis, o recebimento da denúncia que pede o afastamento do prefeito Toni Cunha e a abertura de um processo por infrações político-istrativas. Com isso, o prefeito a a ser oficialmente investigado pela Casa Legislativa, que poderá afastá-lo temporariamente ao longo do processo.
O documento, protocolado na semana anterior, aponta uma série de irregularidades atribuídas ao chefe do Executivo. Entre as principais acusações estão:
Contratações no Hospital Santa Teresinha: realizadas sem justificativa legal. A defesa alegou emergência para salvar vidas, mas a denúncia destaca a ausência de decreto de calamidade pública.
Pintura na BR-230: ação determinada pelo prefeito sem respaldo contratual nem ordem de serviço publicada. O ato foi divulgado em suas redes sociais, gerando suspeitas sobre motivação político-eleitoral.
Iluminação pública: a adesão à Ata de Registro de Preços nº 002/2024 resultou na contratação da empresa Infra Luz Comércio, com apenas quatro meses de existência e sem comprovação de capacidade técnica ou financeira. A denúncia diz que há indícios de fraude e superfaturamento.
Compra de medicamentos: dois processos, que somam quase R$ 2 milhões, teriam sido realizados sem licitação e sem comprovação de urgência, contrariando as normas legais.
Conduta incompatível com o cargo: inclui falas ofensivas de cunho machista, como ao chamar duas vereadoras de “musas”, ignorando as demais parlamentares e acusações públicas, sem provas, contra colegas da Câmara e jornalistas, envolvendo suposta negociação ilícita de cargos.
Ao fim da sessão, também foi definida a formação da comissão responsável pela condução da investigação. O futuro político do prefeito de Marabá dependerá agora do andamento dos trabalhos e da resposta da sociedade.
Nas redes sociais, uma onda de críticas foi direcionada à Câmara Municipal após a aprovação do processo contra o prefeito Toni Cunha. Muitos moradores demonstraram insatisfação com a decisão, argumentando que o gestor, no cargo há menos de seis meses, não teve tempo suficiente para mostrar resultados. Alguns comentários destacaram ainda que a gestão anterior, mesmo com denúncias e problemas, não enfrentou o mesmo nível de pressão e perseguição política, levantando suspeitas de motivação pessoal ou partidária por trás da iniciativa.