Em maio de 2021, Parauapebas alcançou seu maior ree de royalties da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), com R$ 114.783.031,64 depositados nas contas públicas. Quatro anos depois, o cenário mudou drasticamente. Neste mês de maio, o município receberá apenas R$ 42.951.670,43, o que representa uma queda de 62,5% em relação ao recorde histórico.
A liderança nacional em arrecadação mineral agora pertence a Canaã dos Carajás, que iniciou o mês de maio com R$ 60.776.801,44 em rees de CFEM, superando Parauapebas com folga. O município, antes coadjuvante na cadeia mineral do Pará, assumiu o posto como novo epicentro das receitas geradas pela mineração de ferro.
Apesar da mudança de protagonismo entre os municípios, o setor mineral continua aquecido em nível nacional. No primeiro trimestre de 2025, a arrecadação de tributos sobre a mineração subiu 8% em comparação ao mesmo período de 2024, somando R$ 25,5 bilhões. A CFEM contribuiu com R$ 2 bilhões em rees, montante que, em anos anteriores, tinha Parauapebas como maior beneficiário.
Desempenho da CFEM em 2025
Parauapebas:
Janeiro: R$ 77.548.671,29
Fevereiro: R$ 72.470.272,11
Março: R$ 50.891.794,43
Abril: R$ 31.594.892,67
Maio: R$ 42.951.670,43
Total acumulado (jan-mai): R$ 275.457.300,93
Canaã dos Carajás:
Janeiro: R$ 70.121.790,53
Fevereiro: R$ 73.662.057,79
Março: R$ 58.899.770,08
Abril: R$ 47.378.797,42
Maio: R$ 60.776.801,44
Total acumulado (jan-mai): R$ 310.839.217,27
O avanço de Canaã dos Carajás reflete a maturação de projetos estruturantes, como o S11D, operado pela Vale, que elevou o volume de produção e exportação de minério de ferro com alto teor de pureza. Enquanto isso, Parauapebas sofre com a exaustão de jazidas tradicionais e a diminuição progressiva da produção em algumas minas.
A tendência indica uma redistribuição permanente no mapa dos royalties da mineração no Brasil, com impacto direto nas receitas públicas, na capacidade de investimento e na política fiscal dos municípios mineradores.